Resenha - Pedro Páramo

Livro: Pedro Páramo
Autor: Juan Rulfo
Editora: Best Bolso
Páginas: 140 páginas
Nota: ★★★★★

Sinopse: O romance mais aclamado da literatura mexicana. Pedro Páramo é o primeiro de dois livros lançados em toda a vida de Juan Rulfo. O enredo, simples, trata da promessa feita por um filho à mãe moribunda, que lhe pede que saia em busca do pai, Pedro Páramo, um malvado lendário e assassino. Juan Preciado, o filho, não encontra pessoas, mas defuntos repletos de memórias, que lhe falam da crueldade implacável do pai. Vergonha é o que Juan sente. Alegoricamente, é o México ferido que grita suas chagas e suas revoluções, por meio de uma aldeia seca e vazia onde apenas os mortos sobreviveram para narrar os horrores da história. O realismo fantástico como hoje se conhece não teria existido sem Pedro Páramo, é dessa fonte que beberam o colombiano Gabriel García Márquez e o peruano Mario Vargas Llosa, que também narram odisséias latino-americanas.

Que surpresa boa foi ler esse livro, eu tinha visto a TLT falar sobre esse livro no ano passado, e ficou marcado e o coloquei em minha meta.
Pedro Páramo é uma história com uma narrativa direta, enxuta e tudo muito preciso, mas com uma pegada mística e de personagens misteriosos.  E ouso em dizer que é um dos melhores livros lidos que eu já li.

Nesta história conhecemos o filho  de Pedro Páramo, no qual fez uma promessa para sua mãe em seu leito de morte, que iria atrás de seu pai e iria fazer ele pagar por tudo. Isto porque no passado Pedro deixou sua mulher e seu filho sem rumo, e sua mãe apenas diz: Dê o nome de seu pai Pedro Páramo e você saberá o que fazer. E sem pestanejar sai em direção a Media Luna (Comala) a cidade de  seu pai, porém sabemos que Comala é uma cidade fantasma, e podemos ver nas descrições que é uma cidade abandonada e um tanto quanto fantasmagórica. Alguns trechos me deixaram arrepiada. E nesse caminho ele acaba conhecendo um homem e acaba fazendo uma ‘amizade’ e ambos vão para a mesma direção, só que no decorrer do caminho, acabamos descobrindo que esse homem também é filho de Pedro Páramo e também está a caminho de Comala. E quando chegamos em Comala, percebemos que há muitos filhos bastardos de Pedro Páramo, e como se não bastasse descobrimos que Pedro Páramo também é o coronel, dono de uma fazenda onde provia a alimentação assim como o trabalho daquela vila. Então só por essas informações vocês conseguem entender o tipo que era o Pedro Páramo. 

E se você odeia spoiler, pare de ler aqui ... é sério ...

Ai você se pergunta, ué como pode ser uma cidade fantasma se Pedro Páramo era o dono da Vila? E como tem tantas pessoas nesse vilarejo, pois bem essas pessoas que habitam em Comala são fantasma, e todos absolutamente todos não tiveram uma morte ‘tranquila’, e todos esses fantasmas sofreram na mão de Pedro Páramo, como eu havia dito acima, ele era o dono de tudo daquela vila, onde a tirania comia solta, infelizmente. E como isso tudo começou? Pedro Páramo se apaixona por uma bela mulher, porém logo após eles se casarem,  ela fica terrivelmente doente, e o único consolo para Pedro Páramo é vê-la, acamada e com isso todo o trabalho da fazenda que era meio de subsistência da vila acaba, e as pessoas que ali trabalhavam não vão embora, ficam todas, e é aí que começam as mortes ... por fome, desnutrição ... miséria.

E eu consegui enxergar uma forte crítica com a igreja também, pois o Padre Renteria que é a representação da Igreja e de seu poder sobre os moradores de Comala. O padre é condescendente às atrocidades que ocorrem na cidade por parte de Pedro Páramo e seu filho Miguel Páramo. Renteria sabe através das confissões de Dorotea que ela arranjara muitas mulheres a Miguel, que por sua vez as abusava.

“Pos que yo era la que conchavaba las muchachas a Miguelito.”. “Usted sabe: la hora en que estaban solas y en que él podía agarrarlas descuidadas”.

Eu vou parar por aqui, pois acho que o final vocês já devem saber, leiam, mas tenham em mente que esse livro requer um re-leitura pois é um livro único, com nuances e linhas tênues tão singulares que cada um que ler, vai ter uma conclusão diferente.

E você, tá lendo?


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