Resenha - O ódio que você semeia
Livro: O ódio que você semeia
Autora: Angie Thomas
Editora: Record
Páginas: 378 páginas
Nota: ★★★★★
Sinopse: Uma história juvenil repleta de
choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos.
Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se
comportar na frente de um policial. Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados
por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas
regras. Um movimento errado, uma suposição, e os tiros disparam. De repente, o
amigo de infância dela está no chão, coberto de sangue. Morto. Em luto,
indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas
realidades tão distintas, estudando em uma escola de brancos de classe alta e,
depois, voltando para a periferia de maioria negra, Starr precisa descobrir a
sua voz. Angie Thomas, em uma narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda
assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores.
Este é um livro que não se pode ignorar.
Começar o ano com esse livro desse deve ser sinal
de bons presságios, que livro! Esse livro narra a realidade em que vivemos nua
e crua, sem eufemismos é só a realidade. Quantas vezes nos vemos julgando uma
pessoa por sua cor? Parece exagero? Vamos fazer um teste: se você está parado
no trânsito e uma pessoa ou uma dupla se aproximam (do seu carro), você deixa
sua janela aberta ou fecha? Viu? Somos preconceituosos sem perceber. E esse
livro narra exatamente isso, o racismo. Calma, eu sei que vivemos numa era que
não podemos confiar nem na própria sombra, mas é o que fazemos que está errado,
estamos generalizando que todo mundo que está nas ruas é uma pessoa com uma dúbia
idoneidade.
Nesta história acompanhamentos Ela, Khalil e
Starr que estão em uma festa e por conta de uma briga, Starr e Khalil saem, e
quando estão chegando em casa, eles são parados e o pior acontece, Khalil é
assassinado. E é a partir desse ponto, que vemos uma ficção nunca esteve tão
próximo da realidade, vemos notícia como essa todos os dias nos noticiários,
mas como sempre nunca damos ouvido ou a importância necessária, é apenas mais
um número para as estatísticas de homicídio.
E devo ressaltar que Starr acaba de se tornar
se tornar uma das minhas personagens preferidas, ela aprende a dar voz a seus
pensamentos e sobre o que aconteceu com Khalil naquela fatídica noite. E aos
poucos com o apoio de seu pai e de seu irmão Seven e sua mãe, Starr consegue ‘voltar’
ao normal, porém os tiros daquela noite ainda ecoam em sua mente.
Uma das partes que me mais chocaram, foi quando
ela diz que seus pais aos 6 anos tiveram uma conversa difícil com ela, sobre
como reagir quando um policial a parar, o que fazer e para onde olhar, e essa
conversa é vivida até os dias hoje.
“Olho para as estrelas que brilham no escuro no meu teto, tentando relembrar a noiteanterior. A festa surge na minha mente, a briga, Um-Quinze nos fazendo parar. O primeirotiro ecoa nos meus ouvidos. O segundo. O terceiro...”
É um livro primoroso, acredito que todos
deveriam de lê-lo, é um tapa na cara de muita hipocrisia do que vemos hoje em
dia. Não digo que não acontece coisa errada, acontece sim, mas quantas vezes as
pessoas são silenciadas por serem negras, ou pela opção sexual, ou apenas do
rico e do pobre, e isso acaba sendo um divisor nessa sociedade em que vivemos.
“Já vi acontecer um monte de vezes: uma pessoa negra é morta só por ser negra e o mundo vira um inferno. Já usei hashtags de luto no Twitter, repostei fotos no Tumblr e assinei todos os abaixo-assinados que vi por aí. Eu sempre disse que, se visse acontecer com alguém, minha voz seria a mais alta e garantiria que o mundo soubesse o que aconteceu. Agora, sou essa pessoa, e estou morrendo de medo de falar.”
E eu acabei de saber que vai virar filme esse
livro, se estou ansiosa para vê-lo? Imagina!!
Leiam esse livro !!!!
E você,
tá lendo?
Resenha bela, hein! É um livro que pretendo ler, em oportunidade.Afinal, um tema tão importante a ser apresentado ao público leitor, ser discutido e utilizarmos de reflexões. Nossa, e que máximo que virará filme! Agora mesmo que quero ler para apreciar nas tela de cinema!
ResponderExcluirBjs
Leia, é uma leitura primorosa ! Contando os dias para ver esse filme, espero que seja bem fiel ao livro!
ExcluirSó estou vendo elogios a esse livro! Ansiosa pra conhecer essa história. Parece um grande exercício de empatia, uma leitura muito válida e engrandecedora. E não imagina que teria filme! Agora mesmo que quero ler antes que saia a adaptação.
ResponderExcluirLeia e nos conte o que achou!!!
ResponderExcluirEu tinha ouvido falar desse livro um tempo atrás, fiquei bem interessada, mas acabei não anotando e não conseguia me lembrar do nome de jeito nenhum. Feliz que encontrei ele por aqui! Acho uma leitura extremamente importante e são muitos válidos os temas que o livro aborda e as reflexões que traz. Porque somos todos preconceituosos sim! E não adianta se sentir ofendidos com isso, porque é algo profundamente enraizado que fazemos sem perceber e sem ter intenção. Não sabia que o livro seria adaptado, quero ler antes que o filme seja lançado.
ResponderExcluirEsse assunto arrepia, mas tem que ser debatido e ilustrado. Muitas vezes, o preconceito já se instalou, disfarçado de outras coisas necessárias, só para não ser devidamente combatido.
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