Resenha – Entrevistando o Demônio
Título: Entrevistando o Demônio
Páginas: 216
Editora: Qualis
Ano: 2017
Idioma: Português
ISBN: 978-85-68839-61-4
Nota: ★★★★★
Sinopse: A filosofia do
pensador Eric Russel é destrinchada nesta obra, onde Tony Ferraz se vale de
personagens de seu livro anterior para criar metáforas ardilosamente
costuradas. Após ser capturado, um serial killer é enviado para uma prisão de segurança máxima em Thamesmead, Londres. Nicholas Flamme, um psiquiatra
inexperiente, é convocado por motivos obscuros para conduzir por vinte e oito
dias as entrevistas que serão utilizadas em seu julgamento. Emily é uma atriz
que procura fazer carreira no teatro inglês. Estas tramas serão atadas em uma
história surpreendente sobre o sentido da vida.
''Os demônios que os outros enxergam sempre nos parecem pequenos, isso porque, são outros que os enxergam''.
Nada melhor que começar uma
resenha com uma bela frase do livro Entrevistando o Demônio. Quando peguei finalmente o livro
Entrevistando o demônio em mãos, sabia que devia me preparar para uma leitura densa
e acima de tudo espetacular. Conhecia o autor Tony Ferraz, através de outro livro lançado por ele chamado O ARTÍFICE,
e a leitura é igualmente fantástica.
Entrevistando o demônio como
esperado por mim como uma simples leitora vai além de uma ficção policial, vai além do que eu tenho como
conceito de terror por falta de palavras melhores, ele vai
muito além, sua linguagem, e por seu enredo. É uma literatura coberta de metáforas, apresenta personagens que não são preto no branco, são assombrosos e é esse tom que deslumbra o leitor. O autor além da
habilidade de elaborar uma narrativa que prende a atenção o autor conseguiu com
maestria valorizar o nosso idioma que é belíssimo e pouco valorizado, o que podemos
esperar é assassinato, psicopatia, a origem do mal, o poder da mente humana e
nos deleitamos com esses tópicos neste livro.
“Se a vida fosse um utensílio, ou um objeto, e se quisesse saber o seu sentido, questionariam primeiro a seu criador para que ela serve. E se esse criador não pudesse ser encontrado, ou estivesse ocupado para responder, abririam o utensílio com uma faca, ou uma ferramenta afiada, e o dissecariam até o intimo para examinar seus mecanismos e calcular sua serventia ...”
Em Londres no passado, treze
anos antes do episódio no cemitério, Nicholas é chamado para trabalhar no caso
de um famoso assassino em série. Haryel está preso em prisão de segurança
máxima, Nicholas psiquiatra forense tem 28 dias para conseguir entrevistas que
vão ser usadas no julgamento, o que será um desafio pois o serial killer está
em estado catatônico desde sua prisão. Nicholas irá usar um método peculiar
para seu trabalho a filosofia de Eric Russel, pensador que estuda e que se
encontra meio que afastado do mundo naquele momento. Será que um psicopata pode
ser curado?!
“ ... Ironia é um recurso fino de pensamento, mesmo tortuoso de decifrar. Existe o argumento de que os homens são escravos da moral. Mas que homens? Andando pelas ruas você percebe que a menor propriedade da moral são escravos, ela possui, na abundante maioria, falsos amigos ...”
A história de Nicholas ainda
se mistura com a de sua esposa Emily, uma mulher que após deixar de atuar em
sua área como publicitária, mergulha na vida do teatro e no seu sonho de
trabalhar como atriz.
''... a vida é um rio; seu sentido é o sentido em que ela corre.''
O leitor entra nesse caso
juntamente com Nicholas, somos levados a um toque quase que íntimo com o
interior do demônio, a obra é muito bem amarrada, surpreendente ao fim e me
pegou de um jeito, que eu não acreditava o que tinha acontecido. A obra te
deixa muito perto dos personagens, é até assustador, parecia que o Nicholas era
um conhecido meu!
Entrevistando o demônio é
interessante, profundo, e intenso. Espetacular
''... Eu vendi a minha alma
Em um dia de outono''
Até mais,
Blog Ta Lendo ?❤
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