Resenha - 30 e poucos anos e uma máquina do tempo
Livro: 30 e poucos anos e uma
máquina do tempo
Autora: Mo Daviau
Editora: Fábrica 231
Páginas: 304 páginas
Nota: ★★★★
Sinopse: Imagine viajar no
tempo para assistir a qualquer grande show da história? Os Beatles no Shea
Stadium ou no telhado da Apple Records, o Nirvana em um bar minúsculo de
Seattle ou Miles Davis no lendário clube Birdland. Quem nunca pensou em poder
voltar antes de 1980 e conhecer John Lennon ou sentar em uma das poucas
cadeiras do café Sin-é, em Nova York, e assistir a Jeff Buckley antes da fama.
Essa chance única de deslocamento temporal é o que move 30 e poucos anos e uma
máquina do tempo, romance da escritora americana Mo Daviau, que elabora uma
espécie de cruzamento entre Doctor Who e Alta fidelidade. O resultado é uma
declaração de amor nostálgico à inocência da juventude e à esperança do que nos
aguarda no futuro. Tudo começa quando Karl Bender, ex-guitarrista de sucesso
indie e agora dono de bar coroa e rabugento, descobre uma fenda no tempo em seu
armário, um buraco de minhoca pessoal. A partir disso, Karl e seu melhor amigo
Wayne passam a viajar para shows incríveis e a compartilhar a experiência com
conhecidos em troca de dinheiro. Tudo vai bem até o momento em que Wayne decide
o óbvio: interferir no passado. Por engano, ele acaba voltando mais de mil anos
e Karl vai precisar de ajuda técnica pra resgatá-lo, já que a eletricidade é
peça chave para que as viagens aconteçam. O problema acaba trazendo a
personagem mais interessante da trama: Lena Geduldig, astrofísica que
compartilha com Karl a adoração por Elliott Smith e aceita o desafio de tentar
trazer Wayne de volta ao presente. Lena e Karl engatam um romance que torna
tudo ainda mais complexo e divertido, principalmente pelas mensagens que
começam a chegar do futuro. A obra utiliza muito bem metáforas relativas à
interferência em acontecimentos passados para levantar questões sobre o eterno
descontentamento humano com o presente e a melancolia que os personagens
demonstram a respeito do rumo que tomaram na vida.
"Tudo o que eu tinha de
fazer era perguntar: “Se você pudesse voltar no tempo e ver qualquer banda
tocar, qual escolheria?”" (from "30 e poucos anos e uma máquina do
tempo")
E vamos para a saga de ler os
livros adquiridos nessa quarentena na modalidade FREE (adoramos por sinal),
esse foi um daqueles livros que pelo título chama muito a atenção, e sem ler a
sinopse eu mergulhei nesse mundo de olhos e mente bem aberta. Vocês vão
entender o porquê disso.
"Regra
número um da casa: o buraco de minhoca só devia ser usado para ir a shows de
rock do passado. Isso mantinha a experiência pura e livre da tentação de obter
uma vida melhor. Além disso, por que precisaríamos de música se nossa vida
fosse exatamente como gostaríamos que fosse?" (from "30 e poucos anos
e uma máquina do tempo")
O livro traz uma questão muito
relevante no que diz a arrependimento, o que você faria de diferente no passado,
tendo a sua mentalidade de hoje e será que que aquele fato ruim, foi tudo isso
mesmo, ou não foi tudo isso? É muito doido você ter essa percepção logo de cara
no livro. E esse livro traz isso, uma forma não muito bem explicada de como
acontece, mas você consegue voltar no tempo, apenas como telespectador apenas
para ver aqueles momentos, e o Karl fica voltando no passado para ver os melhores
show de rock e acaba fazendo isso um ganha-pão juntamente com o seu outro
amigo Wayne. Porem lembra que logo no
começo eu disse que você poderia voltar, mas sem interferir no passado, apenas como
espectador. Então Wayne, quis interferir e deu ruim ... e é muito interessante
essa procura de Karl para resgatar o Wayne.
"Wayne
e eu compartilhávamos daquela aflição comum que assola homens solteiros com
perspectivas limitadas e tendências autodestrutivas: víamos nosso passado com
tamanho amor e sensação de perda que todo dia à frente era uma facada nas
entranhas. Nossos vinte anos tinham sido cheios de rock e coragem. O futuro nos
deixou mais velhos, mas nossa sabedoria era duvidosa. Wayne" (from
"30 e poucos anos e uma máquina do tempo")
O porquê que Wayne quis
interferir no passado, ele queria barrar o assassinato de John Lennon, e nisso
vemos muitos "erros" e uma história de amor através de todos os
tempos: presente, passado e futuro. Não é um livro de ficção e nem precisa
disso. Fora todo esse contexto são as indagações que esse livro traz a tona as
questões existenciais do Karl que acaba sendo um pouco a nossa também e também inúmeras
questões feminista que vemos no livro.
"Letras de música são um tipo especial de poesia que toca direto em sua essência e o ajuda a sentir algo além de tristeza e fracasso. Letras de música me lembravam que eu talvez tivesse a sorte de me apaixonar novamente, um dia. Letras de música são a Bíblia para caras como eu e Wayne." (from "30 e poucos anos e uma máquina do tempo")
Se você procura um livro nada
clichê e fora do padrão eu recomendo esse livro, lembra que no comecinho dessa
resenha eu falei, mantenha sua mente e seus olhos aberto ... entenderam?
E você, tá lendo?
Nossa, que leitura incrível. Fiquei curioso para conferir a história na íntegra, pois seria sensacional poder voltar ao tempo e fazer o que desejaríamos. Anotei a dica para ler em breve.
ResponderExcluirOi, gente! Tudo bem? Que história, hein!? Falar do passado, arrependimentos! Uau! Gostei muito dessa proposta! E que quote perfeito é esse que fala lindamente da relação de letras de músicas com poesia! Já acolhi essa narrativa e vou anotar na minha wishlist! Bjs
ResponderExcluirEu adoro história que envolvem viagem no tempo, desde que aquelas mais complexas de ficção científica até as mais simples. E como boa fã que eu sou de De volta para o futuro, acredito piamente que tentar mudar o passado sempre vai dar errado. Mas isso não nos impede de imaginar, o famoso "e se?". Por isso adoro livros que tratam essa questão. E esse ainda tem o plus de envolver música na história, é uma ideia incrível viajar para ver shows em épocas passadas. Fiquei bem curiosa com essa leitura, dica anotada!
ResponderExcluirQue interessante, adoro histórias de viagem no tempo, as narrativas são sempre muito atraentes. A parte de voltar e tentar mudar o passado me lembrou o filme Efeito Borboleta, o qual acho excelente!
ResponderExcluir