Resenha - Do que estamos falando quando falamos em estupro

Livro: Do que estamos falando quando falamos de estupro
Autor: Sohaila Abdulali
Editora: Vestigio
Página: 256














Quando ouço essa palavra, fico imaginando uma mulher andando sozinha no meio da noite...Quanto preconceito da minha parte...Esse livro quebrou todos os preconceitos que eu tinha, mudou muito minha visão, por mais livros como esse!


Ganhei esse livro em um clube de leitura e adiei a leitura o máximo, foi minha última leitura do ano de 2019...Medo!

Lógico que não sou inocente e sei que o inimigo mora ao lado, mas, ler relatos reais de mulheres que conviviam lado a lado, que tinham que suportar por não ter para onde ir, não tinham coragem de dar um passo porque se sentiam sozinhas, dói muito...
"...Por mais que tenha conseguido se curar, nunca vai poder ser desestrupada, da mesma maneira que você não pode desmorrer." Pág. 27
O conselho dado por Sohaila Abdulali é que a pessoa fale, desabafe, não tenha vergonha, ela não é a culpada e o fato de falar pode significar que a pessoa volte a ter confiança nela mesma...

Outro ponto sensível do livro, bem na verdade o livro todo é assim...Quando lemos relatos de mulheres que foram estupradas pelo próprio marido...Não tenho palavras para descrever esse sentimento...Tristeza, decepção...
"Angie demorou dez anos para largar o marido, dez anos nos quais não teve ninguém a quem confidenciar o segredo." Página 31

O livro fala de tudo aquilo que não queremos falar, ou que não sabemos como falar...

Há relatos de homens que sofreram abuso...E isso ainda é mais dificil de ouvir ou de falar...Eles estão ainda mais sozinhos, pois, fere a masculinidade...Embora acredito que não há como medir o quanto trágico esse abuso é na vida de ambos...

Fica claro a necessidade de falar com nossas crianças sobre o assunto, de orientá-las...Não adianta fechar os olhos...




E você Tá Lendo?

Comentários

  1. Penso que livros assim são extremamente importantes e necessários, especialmente em uma sociedade que ainda relativiza e tenta minimizar algumas situações relacionadas a estupro. Imagino que os relatos dos livros sejam bem pesados e difíceis de ler e acho que é preciso estar mentalmente bem para essa leitura. Por outro lado, o assunto está aí todo dia e muitas vezes sequer notamos. Bem triste mesmo.

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  2. Olá, meninas! Leria de boa esse material, embora tenha me causado certo gatilho, pois já vivi algumas situações muito desconfortáveis envoltas aí tema. Falar, digo por expert própria, é muito difícil. Mas a gente precisa romper. É um tema muito intenso, mas que sim, precisa ser constantemente ser debatido, esclarecido... Parabéns pela abordagem! Bjs

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  3. É estranho como estereotipamos até mesmo o estupro. Realmente, costumamos imaginar um ato violento que salta aos olhos, mas a realidade consegue ser ainda mais cruel. Não tinha ouvido falar desse livro, mas parece ser uma leitura bastante informativa. Vou procurá-lo!

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  4. É estranho como estereotipamos até mesmo o estupro. Realmente, costumamos imaginar um ato violento que salta aos olhos, mas a realidade consegue ser ainda mais cruel. Não tinha ouvido falar desse livro, mas parece ser uma leitura bastante informativa. Vou procurá-lo!

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  5. Eu acho tão importante falarmos sobre esse assunto. Minha mãe desde quando eu era pequena me alertava que não deveria deixar homens me tocarem em certos lugares e que sempre deveria contar as coisas para ela. É um pouco assustador, mas necessário!
    Não conhecia esse livro, mas fiquei muito interessada me ler. Ver esse tipo de livro só nos lembra da importância de se falar sobre isso. As quotes que você escolheu são muito tristes!

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  6. A existência desse livro é necessária demais! Fiquei mega curiosa em relação a ele, tem que ter estômago, provavelmente, mas discussão crucial!
    Seu relato no início do post me lembrou a época em que fiz aulas de defesa pessoal. Eu entrei com o intuito de saber me defender na rua, aleatoriamente, ou no máximo no festa, e chegando lá de repente me vi em uma aula que me ensinava a me defender na minha própria casa. Era MUITO difícil e intenso, as professoras sempre respeitando nossos limites, mas assim como esse livro bem necessário para desenvolver a habilidade e também refletir.

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  7. Que livro importante, imagino que a leitura seja muito forte, certamente os relatos devem ser impactantes, mas é o tipo de literatura necessária, de cunho social que aborda aspectos que precisam ser debatidos.

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