Resenha Quarto de Despejo

Livro: Quarto de Despejo
Autora: Carolina Maria de Jesus
Páginas: 176
Editora: Atica








Minha leitura de março, o livro caiu na minha mão digamos do nada, e como já estava na minha listinha infinita de livros para ler, resolvi ignorar a TBR e comecei a ler... 
Já tinha ouvido falar do livro que na verdade é um diário de Carolina, mas, não tinha noção da dimensão da história e me surpreendi com o final, achei que ela, enquanto escritora tivesse ficado não rica, mas, "bem de vida", ingenuidade minha, depois procurando mais a respeito percebi que não foi assim que aconteceu...
O livro é um diário, e confesso que em muitos momentos a leitura foi cansativa, mesmo sendo um livro curto, pois, os acontecimentos se repetem durante a narrativa, feita em primeira pessoa...Lógico se é um diário já deveria esperar por isso, afinal, no nosso dia a dia nem sempre temos novidades...Eu particularmente adoro a minha rotina...
Carolina é de Minas Gerais não sei como veio parar em SP, talvez acreditando encontrar melhores condições de trabalho, mas, chegando aqui, só conseguiu um lugar na favela de Canindé, hoje já não existe mais, bem, não existe essa favela especifica, por que infelizmente São Paulo esta lotado de favelas..
Foto do Google
A favela do Canindé ficava nas margens do Rio Tietê, com mais de 300 barracos...Fortes chuvas castigavam a favela com isso os  moradores foram retirados em sua totalidade e realocados em um conjunto habitacional no Jabaquara, por volta de 1961...
Carolina foi mãe solteira. Teve 03 filhos., Vera Eunice, João José e José Carlos e para sustentar a família vasculhava o lixão, em busca de qualquer coisa que pudesse ser vendido.
Seus momentos de prazer era quando conseguia cozinhar feijão...
Fica claro no seu diário o sofrimento causado pela fome, pela miséria...Além de narrar toda a violência e humilhação que sofria... Ah, vamos ter muita política também relatada...As decepções, "os carrões" que só apareciam na favela perto das eleições...Infelizmente isso continua a acontecer...
Foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que estava fazendo um trabalho pelas redondezas do rio Tiete. Encontrou Carolina que relatou ao jornalista que escrevia o dia a dia da favela em diários... Adálio Dantas tinha encontrado uma ótima matéria...


Foto do Google
Audálio Dantas preservou a escrita de Carolina mantendo os erros ortográficos...
Seu livro foi traduzido para mais de 14 idiomas, mas, ao que parece não teve o merecido respeito aqui no seu País, será porque temos uma verdade "nua e crua" em suas folhas?

 Carolina morreu aos 62 anos no dia 13 de fevereiro de 1977.

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Comentários

  1. Olá, fiz a leitura desse livro em maio e vou postar a resenha semana que vem! Eu fiquei impressionada com os acontecimentos do livro, como as pessoas que moravam na cidade eram ruins para as pessoas que moravam na favela, e as pessoas da favela ruins uma para as outras. Eu imaginava que no meio de tanta sofrimento, as pessoas iriam se unir e tentar viver o melhor possivel mas, ao contrário, Carolina mostra a realidade de brigas, roubos, maldades e grosserias que acontecia na favela e fora dela.

    Pesquisei bastante durante e após a leitura do livro, percebi que a Carolina foi enganada, assinou um contrato que recebia apenas 40% do dinheiro das vendas pelo livro enquanto o restante iria para outras pessoas que não passaram pelo que ela passou. Fiquei feliz por ela ter conseguido realizar o sonho de tirar os filhos da favela e pagar o estudo deles.

    Viviane Almeida

    Resenhas da Viviane

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